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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Wilma anuncia nesta quarta a desistência de candidatura


A ex-governadora Wilma de Faria (PSB) oficializará hoje a decisão de não disputar a sucessão da prefeita Micarla de Sousa (PV). O anúncio ocorrerá às 10h, em entrevista coletiva, no clube da Associação dos Subtenentes e Sargentos do Exército em Natal (Assen). Na ocasião, ela também anunciará o apoio à pré-candidatura do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), que já conta com a adesão do PPS, PPL, PCdoB e PSD. A aliança entre Wilma e Carlos Eduardo foi fechada ontem, em conversa reservada entre os dois. O PSB deverá indicar o vice do pedetista. Ele estará presente durante o evento.

Na última segunda-feira, a ex-governadora começou a reunir os vereadores do partido para comunicar sua desistência. Na bancada do PSB, as reações à decisão de Wilma foram diversas. Nenhum dos vereadores gostou da notícia. No entanto, Adenúbio Melo e Bispo Francisco de Assis se mostraram insatisfeitos com o possível destino da legenda. Franklin Capistrano e Júlia Arruda encararam o provável rumo do partido com otimismo. A união do partido para o pleito deste ano, sem a candidatura própria, será uma tarefa complicada. O apoio a Carlos Eduardo não é unanimidade entre os pessebistas. As dissidências parecem ser inevitáveis.

Bispo Francisco de Assis disse ontem que Wilma já o comunicou que não será candidata e apoiará Carlos Eduardo. "Eu lamento bastante o PSB não ter candidatura própria. Não só eu, mas o eleitorado dela, o povo de Natal", declarou o parlamentar. Questionado se seguirá o partido, caso o apoio a Carlos Eduardo seja confirmado, o vereador disse que ainda não decidiu. "O futuro a Deus pertence. Não sei nem se serei candidato à reeleição. Até agora, somos cinco vereadores com mandato e não temos nominata. O partido não se organizou. Estou preocupado", afirmou.





A reação de Adenúbio Melo foi semelhante. O vereador observou que o partido tinha todas as condições de competir com chances de vitória nas eleições deste ano. Membro da bancada de sustentação da bancada de Micarla de Sousa, Melo adiantou que não apoiará a candidatura do ex-prefeito, mesmo se o PSB oficializar aliança em torno do nome dele. "No caso de candidatura própria do PSB, eu iria para as ruas pedir votos para o partido, de casa em casa. Mas, se não tiver candidato a prefeito, não subirei em palanque nenhum".

Franklin Capistrano se mostrou favorável à união dos partidos oposicionistas. Ele afirmou que, caso o PSB firme coligação com o PDT, apoiará a candidatura de Carlos Eduardo. "A posição da ex-governadora Wilma de Faria deve ser respeitada. Dentro da conjuntura política municipal, o PSB continua tendo uma grande importância, mesmo sem ter candidatura própria. Será bom para o partido se unir com as forças de oposição, que são da base da presidente Dilma Rousseff (PT), em torno do melhor nome", ponderou.

Cotada para ser vice na chapa de Carlos Eduardo, Júlia Arruda analisou a situação com cautela. "Na conversa que teve comigo, Wilma não disse se era ou não candidata. Tudo ainda está no campo das possibilidades. Minha prioridade hoje é a candidatura à reeleição. Mas, quero participar das definições do partido no pleito eleitoral. Não só eu como os demais membros com mandato. Ainda não houve conversa neste sentido, mas se houver, vou analisar. Quero ouvir e ser ouvida", declarou Júlia.

Nossa equipe de reportagem não localizou os vereadores Júlio Protásio e Dickson Nasser, ambos do PSB, para comentar a decisão de Wilma. 

Bancada do PSB está dividida sobre votação das contas de Carlos Eduardo

O que causou polêmica foi a suposta interferência de Wilma de faria na votação da prestação de contas do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) referente ao exercício de 2008, que ocorrerá hoje no plenário da Casa. De acordo com informações extraoficiais, a ex-governadora pediu que sua bancada vote favorável ao pedetista. No entanto, nem todos os parlamentares do PSB estão dispostos a seguir o posicionamento de Wilma.

A vereadora Júlia Arruda afirmou que a ex-governadora nem chegou a pedir para ela votar favorável a Carlos Eduardo, pelo fato de a pessebista já ter externado sua posição antecipadamente. "Wilma já sabia da minha posição. Quando conversei com ela, antes mesmo de ela tocar no assunto, eu já adiantei que votaria a favor da aprovação das contas do ex-prefeito. Não houve pedido", contou a pessebista.

O vereador Franklin Capistrano também anunciou voto favorável a Carlos Eduardo. "Antes mesmo de a ex-governadora Wilma de Faria se manifestar sobre o assunto, eu já havia analisado de forma técnica as contasdo ex-prefeito Carlos Eduardo. Minha posição será pela aprovação com ressalvas da prestação de contas do ex-prefeito. Seguirei o parecer do Tribunal de Contas do Estado", explicou.

Adenúbio Melo e Bispo Francisco de Assis disseram que ainda não sabem qual posicionamento tomarão no julgamento das contas do ex-prefeito. "Não aceitarei pressão de ninguém. Estou analisando o relatório de forma técnica, com dois advogados. Minha posição será de acordo com a lei", afirmou Adenúbio. "Ainda não decidi como será meu voto", disse Bispo Francisco de Assis.

A Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização da Câmara Municipal de Natal (CMN) opinou a favor da desaprovação das contas do exercício financeiro de 2008 da administração do ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT). O relator do processo foi o vereador Enildo Alves (DEM), líder da prefeita Micarla de Sousa (PV) na Casa. O parecer do democrata foi acompanhado pelos vereadores Fernando Lucena (PT) e Maurício Gurgel (PHS). Dos membros da comissão, somente o vereador Raniere Barbosa (PRB) foi contra o parecer do relator.

O relatório aprovado pela Comissão de Finanças vai de encontro à avaliação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que aprovou a prestação de contas do ex-prefeito com ressalvas. O parecer da Comissão segue agora para o plenário da Casa, onde as contas serão julgadas hoje. São necessários 14 votos (dois terços dos vereadores) para reprovar a prestação de contas do pedetista. Caso tenha as contas rejeitadas, Carlos Eduardo poderá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e, consequentemente, ficar inelegível por oito anos. O ex-prefeito pode recorrer da decisão da Casa à Justiça comum. 

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