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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Venceu o "Não": professores da UFRN decidem contra indicativo de greve


Em um plebiscito que durou todo o dia de ontem, os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) decidiram não entrar em greve. Com isso eles vão aguardar as negociações da categoria com o governo Dilma Rousseff (PT). O plebiscito contou com comparecimento de 932 professores. Foram 583 votos contrários à deflagração da greve (o que corresponde a 62,44% dos votos), e 344 votos a favor da greve, além de três votos brancos e dois nulos. A apuração terminou na madrugada desta quarta-feira, 13.
A greve é nacional e já atinge 55 universidades federais desde que foi deflagrada, há 26 dias. Em Natal, durante toda a terça-feira (12), até às 21h, a movimentação foi intensa na votação, inclusive com a participação de professores aposentados. Eram 24 urnas espalhadas em vários setores do campus universitário e de unidades acadêmicas como o Centro de Ciências da Saúde (CCS), em Petrópolis. Também havia urnas nos campi do interior do Estado.

Só puderam votar os professores sindicalizados. Somando ativos e inativos, ao todo são 2.385. “O resultado solidifica a postura propositiva, plural e democrática do nosso sindicato. Venceu o argumento político que fez tornar nossa entidade respeitada pela categoria”, declarou João Bosco Araújo, presidente da Adurn-Sindicato, entidade que representa os docentes da UFRN e que já havia feito uma assembleia anterior. “Enquanto na assembleia, 54 professores foram favoráveis à realização da greve e 49 contrários, no plebiscito tivemos 583 votos contra à paralisação e 344 a favor”.

Professores divididos

Mesmo decidindo não entrar em greve, os professores da UFRN estão insatisfeitos com o Governo Federal. Eles querem a retomada do Grupo de Trabalho sobre Carreira e equiparação salarial das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) com a de Ciência e Tecnologia. "A Adurn se posiciona claramente pelo não indicativo de greve nporque, mesmo sendo um instrumento legítimo, apenas quando se esgotam todas as possibilidades é que a greve deve ser adotada. Não é o caso. As negociações foram retomadas. O governo tem sinalizado que pode atender às principais reivindicações. Nossa pauta é trabalhista, não política", disse João Bosco Araújo.


No que se refere à retomada de negociações, ontem houve, em Brasília (DF), uma reunião entre a ProIfes-Federação, que reúne o comando de greve, e o Ministério do Planejamento para discutir a pauta. A maior universidade do Rio Grande do Norte já está com as atividades acadêmicas prejudicadas, tendo em vista que os servidores técnico-administrativos já estão em greve desde a segunda-feira, dia 11. A última greve dos professores da UFRN ocorreu em 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) e na gestão do ministro Paulo Bernardo (Educação). Foram quatro meses de paralisação. "Foi muito desgastante", lembra Bosco.

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